A fitogeografia argentina segundo Joaquín Frenguelli e Ángel Lulio Cabrera e o predomínio de uma perspectiva biogeográfica histórica

Resumo

A Biogeografia, o estudo da distribuição dos seres vivos, inclui tópicos da Geologia, Geografia e Biologia e, portanto, abrange muitas 'escolas' ou subdisciplinas. Algumas subdisciplinas visam regionalizar, isto é, analisar a distribuição dos seres vivos sobre a superfície da Terra para encontrar padrões ou áreas coincidentes de distribuição com uma organização hierárquica. A Fitogeografia, por exemplo, analisa os padrões de distribuição das plantas. A multiplicidade de subdisciplinas biogeográficas pode ser reunida na Biogeografia ecológica e na Biogeografia histórica. O critério ecológico aplicado às regionalizações está representado, por exemplo, nos mapas de biomas (e.g., floresta, deserto, tundra) e de suas unidades menores, as ecorregiões. Aplica-se um critério histórico quando se estabelecem, por exemplo, mapas de províncias fitogeográficas. As regionalizações biogeográficas tiveram um grande desenvolvimento desde o final do século XIX até os dias de hoje. A Revista del Museo de La Plata não ficou de fora desse extraordinário desenvolvimento e incluiu entre suas obras as regionalizações de Joaquín Frenguelli em 1940 e de Ángel Lulio Cabrera em 1953, dois naturalistas contemporâneos com uma visão ecológica e histórica, respectivamente, da fitogeografia argentina. Para Frenguelli, na regionalização deve-se começar com a geografia (fisionomia da área e principais formas vegetais que a ocupam) para terminar com a determinação dos táxons existentes em cada unidade fitogeográfica. Para Cabrera, é essencial começar com a análise taxonômica das espécies vegetais, que ajudarão a delimitar as áreas, e logo considerar a geografia como um todo. Finalmente, foi o enfoque histórico de Cabrera que teve maior influência nos esquemas de regionalização subsequentes de nosso país.